Adolescentes participam da campanha “Não te dei liberdade”
1916: O marido podia aplicar castigos físicos à mulher
1932: Mulher conquista direito ao voto
1962: A mulher deixou de ser considerada civilmente incapaz
1967: A discriminação contra a mulher foi considerada incompatível com a dignidade humana
1988: A Constituição Federal consagra a igualdade entre homens e mulheres
2002: O termo “pátrio poder” foi substituído por poder familiar
2006: Publicada a Lei Maria da Penha e os mecanismos de proteção contra a violência doméstica
2015: Feminicídio como circunstância qualificadora de crime de homicídio
2018: Importunação sexual passa a ser crime
Todas essas datas e esses fatos servem para lembrar que 500 mulheres brasileiras são vítimas de agressão física a cada hora. A maioria dos casos acontece dentro de casa e 61% dos agressores são conhecidos das vítimas. E apesar dos dados serem alarmantes, muitas mulheres não denunciam e, muitas vezes, não sabem que são vítimas de violência.
O Piauí registra, proporcionalmente, o maior número de casos de feminicídios do país. Na Casa Maria Menina, mantida pela Rede Saviniana de Educação e Assistência Social, que atende meninas grávidas na zona sudeste de Teresina, a última semana de março, mês que comemora o dia das mulheres, foi de conscientização. As jovens atendidas pela obra social, juntamente com os familiares, participaram de uma campanha que tem como título: “Não te dei liberdade”, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres. Durante uma palestra na obra social, a gerente de autonomia da secretaria, Lannusy Almeida, falou dos tipos de violência, como a mulher pode identificar os diferentes tipos de assédio e reforçou a necessidade de denunciar os agressores. “Não calem, não deixem a violência naturalizar. A violência deixa marcas e por isso é preciso combater. Também é necessário ter sororidade, as mulheres precisam entender e defender umas às outras”, concluiu Lannusy, que pediu, ao fim da palestra, que as mulheres presentes dessem depoimentos do que desejam para as outras.
“Nunca deixe ninguém agredir você. Os direitos são iguais. Aprenda a lutar pelos seus sonhos, ideais. Se hoje eu estou aqui é porque não baixei a cabeça. Hoje estou sorrindo, mas jamais aceito as situações que já passei. Os obstáculos da vida são para serem superados”, disse Alexandra Maria dos Santos, que deu esse exemplar depoimento e emocionou quem estava presente.
A psicóloga da Casa Maria Menina, Lya Rakuel de Brito, lembrou que esse exemplo da Alexandra deve ser seguido por todas as adolescentes da Casa Maria Menina, que devem ter coragem para não desistir, coragem para enfrentar a maternidade, coragem para continuar estudando e nunca desistir de ter fé. Lya ressaltou ainda que ações como essa, de conscientização, com enfoque para a superação e o fim da violência, gera sementes em cada adolescente e também sensibiliza os companheiros e familiares das grávidas.